12.2.07

Pierre Bourdieu: da Acção à Prática

Pierre Bourdieu substitui Acção por prática para tentar fazer uma síntese de Durkheim, Marx e Webber.

Bourdieu saliente que a Prática é a forma de agir no espaço social (campo social) e Habitus

Legitimidade à Poder e Dominação Simbólica

Bourdieu parte do conceito que a sociedade (campo social) é ordenada por um conjunto de posições sociais que se distribuem nesse espaço. A sociedade para PB é um espaço geométrico. Essas posições socialmente construídas pré-existem e manter-se-ao após a morte do individuo. O espaço social é hierarquizado (as posições sociais não tem um valor equivalente entre elas). Os agentes jogam e apostam as suas posições.

Um campo define-se, entre outras coisas definindo paradas em jogo e interesses específicos. Para que um campo funcione é necessário que haja paradas em jogo e pessoas prontas a jogar esse jogo, dotadas do habitus que implica o conhecimento e o reconhecimento das leis imanentes do jogo e das paradas em jogo (um filósofo não pode jogar com as paradas em jogo do geógrafos).

Habitus: é a forma do autor explicar a formadas disposições manifestadas pelos agentes nas suas maneira de agir. Essa predisposição prática dos agentes não é idêntica em todos nem assume o mesmo significado entre todos. Essa disposição para agir quer em termos de forma quer em termos de significado depende das condições materiais de existência.
(esta exterioridade é influencia marxista, uma vez que está relacionada com as condições materiais de existência).
O Habitus é composto por uma articulação entre o exterior e o interior. Os agentes são influenciados pelo exterior e pelas condições materiais dos indivíduos que variam.

O habitus não é apenas o que se adquiriu pelo hábito, mas também o que se encarnou de forma duradoura. É uma máquina transformadora que faz com que reproduzamos as condições sociais da nossa própria produção.

Diferentes condições de existência conduzem a diferentes posições sociais.
(é a exteriorização de uma interioridade)

Bourdieu é estruturalista e não funcionalista pois acredita que as condições de existência condicionam a subjectividade do agente.
Apesar das transformações que podem haver e as crises que podem ocorrer, o indivíduo agarra-se ao habitus de carácter familiar. Os lugares da família não são abstractos, estão ligados a condições de existência que se ligam a posições sociais.

O habitus familiar é simultaneamente da família e da classe social de pertença. O habitus leva o indivíduo a agir seguindo regras, sem nunca tomar consciência que está a cumprir normas.

Habitus (familiar/primário) marca-nos para sempre e é a matriz orientadora que passa de geração em geração.

Campo social: a modernidade expressa uma profunda diferenciação das actividades humanas (não apenas económicas como Marx). Podemos falar no campo familiar, escolar, religioso, etc. Os agentes modernos têm múltiplas experiências em diferentes cenários e actividades.

Diferenciação dos indivíduos:
Por actividades (campos sociais)
Pela forma como os agentes sociais se relacionam com essas actividades.

É por causa desta diferenciação que podemos encontrar em cada campo social propriedades e modo de funcionamento específicos.
Cada campo social produz uma certa autonomia relativa aos outros campos sociais.

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