Ao analisar a formação das representações sociais, Moscovici explicita dois processos maiores: – A Objectivação
– A Ancoragem
Embora estes dois processos estejam intrinsecamente ligados e não sejam sequenciais, vamos expô-los de forma autónoma.
a) A Objectivação
A objectivação diz respeito à forma como se organizam os elementos constituintes da representação e ao percurso através do qual tais elementos formam expressões de uma realidade vista como natural.
Este percurso envolve três momentos.
1. Selecção: As informações, crenças e ideias acerca do objecto de representação sofrem um processo de selecção e descontextualização. O que está em causa é a formação de um todo, relativamente coerente. Porém, este processo não é neutro ou aleatório mas têm subjacentes normas e valores. Nesse sentido pode dizer-se que exprimem e servem interesses e valores grupais.
2. Organização: A segunda etapa da objectivação corresponde à organização dos elementos, à sua esquematização estruturante, de forma a constituírem um padrão de relações estruturadas e coerentes.
3. Naturalização: Os conceitos retidos no esquema figurativo e as respectivas relações constituíram-se como categorias naturais e adquiriram materialidade. Não só o abstracto se torna concreto como o que era percepção se torna realidade.
b) A Ancoragem
Se por um lado a ancoragem se situa na sequência da objectivação, por outro também a precede. Qualquer tratamento da informação exige pontos de referência e é por referencia a experiências e esquemas de pensamento já estabelecidos que o objecto em questão vai ser pensado.
De facto, as representações sociais oferecem uma rede de significados que permitem a ancoragem da acção e a atribuição de sentido a acontecimentos, comportamentos, pessoas, grupos ou factos sociais.
Uma representação social é um código de interpretação no qual ancora o não familiar, o desconhecido, o imprevisto.
A nova representação social acomoda-se no interior de um conjunto de representações que já se encontra produzido.
Características gerais das representações sociais
1 – Constroem e formatam a realidade (seleccionam o que é relevante e atribuem significado a esses elementos relevantes).
2 – Estão na base dos processos de socialização (este processos são dirigidos pelas representações sociais e portanto exteriores ao sujeito).
3 – Tornam possível a comunicação e interacção social.
4 – Definem convenções (são orientadoras da conduta dos indivíduos). São dominantes. Algumas são representações hegemónicas. Não deixam espaço para alternativas.
5 – São dinâmicas. Vão-se modificando ao longo do tempo.
6 – Convertem em familiar aquilo que não o era.
Por exemplo: na definição para consumidor de drogas, podemos traçar uma linha em que num extremo figura “Criminoso” (o pior) e no outro extremo “Doente” (o melhor). Entre estes dois pólos podemos imaginar diversas formas de como o consumidor de drogas é representado socialmente.
--Os factores sociais
Os processos de objectivação e ancoragem são processos cognitivos regulados por factores sociais. Porém, a existência de uma estrutura social remete para clivagens, diferenciações, relações de dominação. É então possível pensar que tais clivagens e diferenciações se irão reflectir em diferentes representações sociais do mesmo objecto.
Moscovici enunciou três condições que afectam a emergência de uma representação social:
A dispersão de informação – A informação não circula da mesma forma entre todos os indivíduos como não circula o mesmo tipo de informação em todos os grupos sociais.
A focalização – os recursos educativos, como os interesses profissionais ou ideológicos parametrizam a focalização dos indivíduos em diferentes domínios e geram uma representação mais sólida ou mais fluida acerca de um dado objecto.
A pressão à inferência – entre a constatação de um fenómeno e a necessidade de tomada de uma posição vai um lapso de tempo mínimo. A posição a tomar não é, contudo, uma qualquer. Ela deve servir os objectivos individuais ou grupais. Tal facto exige que os indivíduos e os grupos disponham de recursos que lhes permitam produzir uma opinião não só rápida mas também conforme às suas estratégias.
– A Ancoragem
Embora estes dois processos estejam intrinsecamente ligados e não sejam sequenciais, vamos expô-los de forma autónoma.
a) A Objectivação
A objectivação diz respeito à forma como se organizam os elementos constituintes da representação e ao percurso através do qual tais elementos formam expressões de uma realidade vista como natural.
Este percurso envolve três momentos.
1. Selecção: As informações, crenças e ideias acerca do objecto de representação sofrem um processo de selecção e descontextualização. O que está em causa é a formação de um todo, relativamente coerente. Porém, este processo não é neutro ou aleatório mas têm subjacentes normas e valores. Nesse sentido pode dizer-se que exprimem e servem interesses e valores grupais.
2. Organização: A segunda etapa da objectivação corresponde à organização dos elementos, à sua esquematização estruturante, de forma a constituírem um padrão de relações estruturadas e coerentes.
3. Naturalização: Os conceitos retidos no esquema figurativo e as respectivas relações constituíram-se como categorias naturais e adquiriram materialidade. Não só o abstracto se torna concreto como o que era percepção se torna realidade.
b) A Ancoragem
Se por um lado a ancoragem se situa na sequência da objectivação, por outro também a precede. Qualquer tratamento da informação exige pontos de referência e é por referencia a experiências e esquemas de pensamento já estabelecidos que o objecto em questão vai ser pensado.
De facto, as representações sociais oferecem uma rede de significados que permitem a ancoragem da acção e a atribuição de sentido a acontecimentos, comportamentos, pessoas, grupos ou factos sociais.
Uma representação social é um código de interpretação no qual ancora o não familiar, o desconhecido, o imprevisto.
A nova representação social acomoda-se no interior de um conjunto de representações que já se encontra produzido.
Características gerais das representações sociais
1 – Constroem e formatam a realidade (seleccionam o que é relevante e atribuem significado a esses elementos relevantes).
2 – Estão na base dos processos de socialização (este processos são dirigidos pelas representações sociais e portanto exteriores ao sujeito).
3 – Tornam possível a comunicação e interacção social.
4 – Definem convenções (são orientadoras da conduta dos indivíduos). São dominantes. Algumas são representações hegemónicas. Não deixam espaço para alternativas.
5 – São dinâmicas. Vão-se modificando ao longo do tempo.
6 – Convertem em familiar aquilo que não o era.
Por exemplo: na definição para consumidor de drogas, podemos traçar uma linha em que num extremo figura “Criminoso” (o pior) e no outro extremo “Doente” (o melhor). Entre estes dois pólos podemos imaginar diversas formas de como o consumidor de drogas é representado socialmente.
--Os factores sociais
Os processos de objectivação e ancoragem são processos cognitivos regulados por factores sociais. Porém, a existência de uma estrutura social remete para clivagens, diferenciações, relações de dominação. É então possível pensar que tais clivagens e diferenciações se irão reflectir em diferentes representações sociais do mesmo objecto.
Moscovici enunciou três condições que afectam a emergência de uma representação social:
A dispersão de informação – A informação não circula da mesma forma entre todos os indivíduos como não circula o mesmo tipo de informação em todos os grupos sociais.
A focalização – os recursos educativos, como os interesses profissionais ou ideológicos parametrizam a focalização dos indivíduos em diferentes domínios e geram uma representação mais sólida ou mais fluida acerca de um dado objecto.
A pressão à inferência – entre a constatação de um fenómeno e a necessidade de tomada de uma posição vai um lapso de tempo mínimo. A posição a tomar não é, contudo, uma qualquer. Ela deve servir os objectivos individuais ou grupais. Tal facto exige que os indivíduos e os grupos disponham de recursos que lhes permitam produzir uma opinião não só rápida mas também conforme às suas estratégias.
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